É mostrada na imagem a reconstituição Portuguesa intervencionada com desenhos que estão à volta do livro e que censuram palavras deixando outras que no conjunto formam poesia, ação que é conhecida como blackout poetry.

Oficina: Blackout Poetry

Destinatários 12+

Data 28 de abril de 2023

Horas de contacto 1h 

Horário das 16h30 às 17h30   

Local Casa Azul ▲ 

Prazo de inscrição 26 de abril

Sinopse

Pensar em 25 de abril é pensar em liberdade, mas é também relembrar os anos de ditadura que se viveram em Portugal antes desta data. Até aqui, qualquer expressão escrita era alvo de escrutínio por parte do Estado Novo, onde os conteúdos que, de alguma forma, colocassem em causa o regime ditatorial que se vivia, sendo a censura se dava através da rasura e, consequente, ocultação desses conteúdos, recorrendo ao lápis azul. O ato de rasurar interliga-se com a técnica de blackout poetry que é o processo de rasurar palavras de um texto preexistente, selecionando e reorganizando as palavras que sobram para criar novos poemas.


Inspirados por esta técnica, um coletivo de poetas e ilustradores, liderados por Viton Araújo e Diego Tórgo, aplicaram o infame lápis azul sobre as palavras da Constituição fascista de 1933. Usando apenas poemas e ilustrações de forma a exaltar os valores de abril: humanidade, justiça e igualdade, surge o livro Reconstituição Portuguesa, lançado pela Companhia das Letras (Penguin Random House Portugal), no dia 25 de abril de 2021 – um verdadeiro manifesto que transformou um símbolo do fascismo em gritos poéticos de Liberdade. Este material foi preparado como sugestão de atividades para escolas e bibliotecas portuguesas, pela sua forte componente didática de informar as novas gerações através da arte.


Neste sentido, a EMERGE – Associação Cultural em parceria com o Portugal Slam e a Penguin editora, promove uma atividade didática relativa ao 25 de abril com foco na censura praticada pelo Estado Novo, de forma a contextualizar o lápis azul e a repressão praticada pelo Estado Português dentro do país e nos territórios conhecidos como Ultramar. Com a coordenação de Li Alves, nesta atividade será explicada a mecânica do exercício blackout poetry feito no livro, onde farão a leitura de poemas.


Esta atividade será realizada no dia 28 de abril, na Casa Azul, em Torres Vedras, entre as 16h30 e as 17h30, onde serão distribuídos lápis azuis e cópias de páginas do livro por entre os participantes, com o intuito de que o texto original seja rasurado, de forma a encontrar frases curtas de sua autoria para, posteriormente, serem convidados a ler em voz alta. As páginas com a intervenção dos participantes ficarão expostas na Casa Azul.

Biografia da formadora

Li Alves é poeta, formadora e artista de Spoken Word.

Desde 2012 que dinamiza e impulsiona a prática de Poetry Slam, passando por diversas localidades Portuguesas. Desenvolve desde essa altura workshops e formações que cruzam a Escrita Criativa com o Poetry Slam enquanto ferramenta de expressão, educação e integração social – não só nas comunidades locais como também em escolas e espaços culturais.

É co-fundadora da plataforma Portugal SLAM (2014), e faz parte da sua coordenação desde 2016, onde organizou e produziu 3 festivais ao nível nacional.

Ainda no âmbito do Festival Portugal SLAM, escreveu, produziu e fez a curadoria de duas performances internacionais que envolveram cerca de 20 poetas de vários países; “Found in Translation” (2015) e “Palavras Andantes” (2016).

Foi vencedora do Torneio de Poetry Slam do Festival do Silêncio (Lisboa) em 2014, e representou nesse ano Portugal no 10ª Festival de Spoke’n’Word de Varsóvia.
Ficou em 3º lugar do Portugal SLAM 2016, e voltou a representar Portugal na 14ª edição do festival Spoke’n’Word, em Varsóvia, a convite do Instituto Português de Camões.

Em 2015 lançou o seu projecto musical de spoken word Lacónico, em conjunto com o actor/músico Cristóvão Campos, com o qual publicou o CD-Livro “Acaso” (Junho, 2021 – Editora Cidade Nua pela associação A Palavra), e com o qual já actuou em diversos circuitos e festivais – MAP Oeiras, FOLIO Festival, Encontro Poético de Aveiro, Auditório Ruy de Carvalho, entre outros.

É formada em Literatura Inglesa e Escrita Criativa pela Universidade de Lancaster, e certificou-se em Arte Pública e Pedagogia pela Universidade de Duke. É também Formadora Pedagógica certificada, e criou o Poetry Slam Academy em Março de 2021, por onde já passaram cerca de 40 poetas.

Em 2022 foi uma das poetas seleccionadas pela OEI (Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura) através da qual dá formação a estudantes da Universidad de Cardenal Silva Henríquez, de Santiago do Chile.

É uma das autoras publicadas no livro “Reconstituição Portuguesa”; uma obra inspirada na técnica de blackout poetry, onde foi aplicado o infame lápis azul sobre as palavras da Constituição fascista de 1933 até que dela se erguessem, apenas, poemas e ilustrações exaltando os valores de Abril.

Em Setembro de 2022, funda a “PALAVRAR” – Academia Poética sediada em Almada; uma escola dedicada à pesquisa, criação e ensaios para performances poéticas. As inscrições estão permanentemente abertas!

Valores

Atividade gratuita

Observações

  • Os participantes terão contacto com a criação de conceitos e com expressão artística;
  • Limite máximo de participantes é de 10 pessoas.

Inscrição

A inscrição é feita através do email asking@emerge-ac.pt ou através de Whatsapp 919182780

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