Marisa Bernardes, Série Struggle Like a (WO)Man #1, Sem Título, impressão sobre papel fotográfico, 8 x 12cm, 2019.
Fontes, fontanários, lavadouros como lugar de encontro comunitário. São espaços públicos que serviam, não só de abastecimento de água, mas também (ainda servem) para as lides domésticas, onde mulheres se reuniam para lavar roupa, pôr a conversa em dia e soltar a voz em cantares à desgarrada. A artista assume-os, também, como lugares de meditação e contemplação, cuja água e suas propriedades de espelho dão lugar ao confronto com elas próprias como forma de estudar os limites do corpo performático e das suas angústias interiores, questões e estranhamento — ou até mesmo terror — do seu Eu.
Desta ação resulta a performance com as participantes locais e intervenções fotográficas pelo centro histórico de Torres Vedras. Os resultados incorporam o estereótipo do feminino como um lugar de força, num campo de batalha multidimensional. Com isto aborda-se o fenómeno da “inquietante estranheza” (Das unheimliche de Sigmund Freud, 1919) como um estado de desconforto, onde algo que nos é familiar se torna desconhecido. Esta inquietante estranheza de algo que não é propriamente misterioso, gera um sentido próprio onde se misturam os limites entre o doméstico, o social e o sagrado.
Workshop com a comunidade para criação da performanece de 20 a 23 de agosto.
As apresentações públicas da performance decorrem no Chafariz S. Miguel no Parque do Choupal de Torres Vedras nos dias 30 e 31 de agosto das 18h às 18h30.
Artista Sónia Carvalho
Curadoria Jorge Reis
Gestão do projeto Daniela Ambrósio
Fotografia Marisa Bernardes
Figurinos Guita Gonçalves
Participantes
Daniela Duarte
Filipa Miranda
Inês Nunes
Graça M. Pires de Oliveira
Graça Pereira
Maria Carmo Moreira
Maria Eduarda Sousa
Maria Inez do Espírito Santo
Odete Mendes
Produção EMERGE
Parceiro Associação Incluir +